quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Quem é você, Alasca? - John Green

Sinopse: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras - e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o 'Grande Talvez'. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, engraçada, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez.

D epois de três meses sem atualizar o blog, finalmente estou de volta. Na verdade, não passei todo esse tempo sem ler, como podem pensar. Li bastante, iniciei leituras variadas, mas não consegui terminar todas. Estou atualmente com três livros já com leitura avançada que pretendo concluir agora em março. Mas, por se tratar de um livro para jovens adultos, o Quem é você, Alasca?, não me demandou tempo e paciência durante a leitura. Digamos que o livro tenha me surpreendido bastante e superado minhas expectativas. Agora vamos falar um pouco sobre ele.

Quem é você, Alasca?, conta sobre a vida de Miles Halter, um adolescente magricela, alto e introspectivo, colecionador de últimas palavras e um amante de biografias, que vive na Flórida com os pais e  está de mudança para o estado do Alabama para estudar em uma escola com modelo de internato, chamada Culver Creek.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O prisioneiro de Salemas, Laurinho Goltara




Sinopse: Existe o amor verdadeiro? E a amizade sincera? Faz alguma diferença o homem ser bom ou mau, honesto ou corrupto, fiel ou infiel? Tudo o que acontece ao nosso redor é real? Qual é o sentido da vida, afinal?
Tais questionamentos, que frequentemente nos afligem, são o tema deste romance de aventura provocativo, tendo a realidade brasileira como pano de fundo.
”O Prisioneiro de Salemas”, de autoria do jornalista Laurinho Goltara, é uma grande alegoria sobre a insanidade humana, resultante do eterno conflito entre razão e emoção.
Além de um prazeroso entretenimento, é uma leitura que oferece ao leitor uma singular oportunidade de reflexão crítica sobre o país e sobre si mesmo.
Eu realmente nunca gostei de livros que têm como tema central debater sobre “o sentido da vida”. Fico com meus dois pés atrás quando me deparo com algum desse tipo. Com O prisioneiro de Salemas não foi diferente. Vou ser sincera: comprei o livro porque ele custou R$ 9,90. Não era o preço habitual, mas feira de livros sempre fazem boas promoções. Pois bem, eu gostei da capa, do título e da sinopse. Nesse dia saí da feira com outros títulos, e não sei bem por que, resolvi começar por esse.

O romance conta a estória de Antônio Lourenço, um homem de mais de 40 anos, advogado bem sucedido, marido e pai que de repente resolve sair de casa e para responder a seguinte questão: Qual é o sentido da vida? Pobre homem rico.

Mas Antônio Lourenço tinha lá suas razões. A estória se passa no final do século XX e início do século XXI, no Brasil, época em que algumas pessoas, crentes da chegada do fim do mundo na virada de século, espalhavam medo pelo mundo afora e alimentava pautas para a imprensa sensacionalista. Antônio, um homem maduro e cético, não dava muito crédito para tais premonições nem acontecimentos sobrenaturais, até o dia em que apareceu uma mensagem enigmática – e em latim – no seu computador. Peccatum tuum contra te conspirat. Teu pecado conspira contra ti.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Almanaque do Samba: a história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir, André Diniz


Sinopse: Histórias, curiosidades, pequenas biografias de diversos
bambas do samba e muitas ilustrações dão o tom cadenciado ao "Almanaque do Samba", do historiador e amante do ritmo André Diniz. Seguindo o sucesso do Almanaque do choro, o autor faz um rico passeio pela história do samba - das raízes mestiças, passando pela bossa nova e pelas canções dos festivais, até suas incursões pelo rock e pela música eletrônica.
Oincrível livro de André Diniz é uma máquina do tempo que nos leva aos idos do século XX e nos transporta década por década para contar os pontos centrais da história do grande patrimônio cultural brasileiro: o samba.

Muita gente hoje em dia, mergulhados de corpo e alma na cultura europeia e norte-americana, podem virar o nariz quando o assunto for samba e carnaval. Muitos associam samba ao pagode paulista tocado nas emissoras de rádio ou nos canais de televisão, e o carnaval ao carnaval baiano, dos trios elétricos e abadás, e às escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Talvez isso não seja somente por juízo de valor e gosto pessoal por esse ou aquele ritmo e gênero musical, mas também pela potencialização que a grande mídia dá aos dois fenômenos em sua linha editorial e grade de programação.

Felizmente, ao contrário dos que torcem o nariz, eu sou uma amante do samba e suas variações e do carnaval carioca. Mesmo que eu não frequente as rodas, pagodes e quadras com tanta frequência, não posso deixar de me deliciar e emocionar com as notas e letras de uma canção, por exemplo, na voz da grande Beth Carvalho ou do inesquecível Cartola. Sem falar das letras satirizadas com acontecimentos da vida e do cotidiano na voz de Bezerra da Silva em “Malandro é Malandro, Mané é Mané” (E malandro é malandro/ mané é mané/ podes crer que é) e tantas outras. Diversão na certa! Enfim, vamos ao primoroso almanaque de Diniz.

domingo, 13 de outubro de 2013

Levantado do Chão, José Saramago

Sinopse: O livro é a narrativa da vida de uma família de trabalhadores rurais (os Mau-Tempo) da região do Alentejo, no sul de Portugal. Trata-se de uma denúncia da exploração, do desemprego e da miséria e, ao mesmo tempo, da tomada de consciência política por parte do trabalhador rural - o aprendizado da luta pelo direito ao trabalho, pelas oito horas de jornada e pela posse útil da terra.

L


evantado do Chão (366 páginas), de José Saramago, trouxe mais uma vez um romance recheado de críticas ao perverso sistema capitalista, contando a saga da família Mau-Tempo entre o final do século XIX e XX.

Entre os Mau-Tempo e sua história de vida, está o latifúndio, a terra concentrada em poucas mãos, denominada propriedade privada, e tão finita quanto homens e mulheres o são, que ganha valor por não poder ser produzida pela força de trabalho.

No início temos Domingos Mau-Tempo e sua esposa Sara da Conceição migrando de lugar em lugar, pois nada é seu e tudo é do patrão. Desse casamento nasceu João Mau-Tempo, que do pai herdou apenas os olhos azuis. Domingos era um bêbado e cometia violência doméstica contra a esposa. Não durou muito nem o suficiente. Para João, a luta iniciou logo quando perdeu o pai. Ele, sua mãe e mais dois irmãos continuaram a sina de sua existência: servir ao latifúndio como se serve a Deus, dia após dia, todos os dias de minha vida. Amém.

O latifúndio não espera, não compreende, não se rende e não ajuda a viver mais e melhor. Assim aprendeu João mais tarde, já casado e com filhos, que a serventia sempre fiel ao chão, à enxada e à foice não lhe traria nada mais do que o pouco que sempre tivera. Conheceu nessa jornada alguns camaradas com ideias diferentes, ideias subversivas. Poucos deles sabiam sobre ler, escrever e contar, sequer fazer uma análise crítica a respeito da inserção do capitalismo no campo, mas ao mesmo tempo sabiam o quão injusto era trabalhar de sol a sol e ganhar um salário de misérias. De misérias já tinham passado eles e seus ancestrais.

sábado, 28 de setembro de 2013

O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde

Sinopse: O Retrato de Dorian Gray é o único romance do escritor irlandês Oscar Wilde, autor de inúmeras peças de teatro e histórias curtas. O romance, que conta a insólita história de um jovem londrino cuja beleza tornou-se sua própria miséria, provocou violentos debates e intensa polêmica ao ser publicado, em 1891, por retratar de maneira dramática a degradação do homem. Hoje, passadas as paixões da época, verifica-se que, pelo apuro estilístico, humor, fantasia e verve - nele se encontram alguns dos mais famosos e cintilantes paradoxos de Wilde —, o livro resistiu à ação do tempo. E que, superado o seu espírito aristocrático e até antipopular, a esse doloroso apólogo da degradação humana jamais faltaram emoção estética e grandeza dramática. Wilde dizia haver posto todo o seu gênio em sua vida, todo o seu talento em seus trabalhos. Deu à ribalta inglesa as melhores comédias desde Sheridan, todas cheias de excelentes situações, repletas de estilo singular, de graça suave. Brilhante classicista, foi ainda um prosador singular, com trabalhos marcados por certo exotismo, evidentemente influenciado pelas obras de Walter Pater, cujas teorias estéticas aceitou, dizendo cultuar a arte pela arte. Colecionava objetos de porcelana azul, penas de pavão, e defendia o uso de roupas "racionais" pelas mulheres - o que significava vestidos soltos e a ausência de espartilhos. Proclamava-se ainda socialista, embora se preocupasse mais com a liberdade artística do que com a igualdade social. 




A

vida de Dorian Gray poderia dar inveja a qualquer jovem de considerável beleza e fortuna. Afinal, no mundo das aparências, um rosto angelical, um sorriso encantador e olhos brilhantes nos leva a fazer julgamentos sobre o caráter alheio. Julgamos que alguém bem vestido, com boas maneiras e rosto jovial seja incapaz de cometer grandes atrocidades. Afirmamos pertencer àqueles desafortunados a vulgaridade da vida e dos atos hediondos. E, por outro lado, quantas vezes, ao longo da vida, nos deparamos com lobos em peles de cordeiro? O mundo está cheio delas. 

Com Dorian Gray não foi diferente. Dono de uma beleza invejável, o jovem Dorian, com apenas vinte anos, ainda conservava em si a ingenuidade adolescente e a vitalidade inocente. Por infortúnio um dia aceitou que lhe pintassem um retrato seu, e dessa forma seus problemas futuros tiveram início. 

Conforme avançamos na leitura, descobrimos que Dorian, ao contrário do que muitos supostamente pensaram, não teve uma vida fácil e amorosa. Sim, sempre fora rico e pertenceu a alta sociedade britânica do século XIX, entretanto, sua criação não teve a excelência do amor, do afeto e do cuidado, tão importantes para a formação de qualquer ser humano. A impressão que me deu foi que Gray já cresceu com indícios de seu caráter maculado, mas isso só se manifestaria mais tarde. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A Menina que Roubava Livros, Markus Zusak

Sinopse: Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em "A Menina que Roubava Livros", livro há mais de um ano na lista dos mais vendidos do "The New York Times".

Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido da sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, "O Manual do Coveiro". Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro de vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes.

E foram estes livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de rouba-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto a sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar.

Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal. Mas só quem está ao seu lado sempre e testemunha a dor e a poesia da época em que Liesel Meminger teve sua vida salva diariamente pelas palavras, é a nossa narradora. Um dia todos irão conhece-la. Mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer a pena.

A

ssim como as palavras salvaram Liesel Meminger, elas também me salvaram. Não teve nada de épico, grandioso ou trágico como na bonita estória contada pela Dona Morte, mas mesmo assim os livros me salvaram. Alguns anos mais tarde eu entenderia. Por ora, tratemos apenas de Liesel, a ladra de livros. 

Na Alemanha nazista de 1939, uma menina magricela encontrou-se com a morte e com a primeira oportunidade de furtar um livro. A morte, na ocasião, levou consigo o irmão menor da menina. Ela não tinha pai, e a mãe levava os filhos para um lugar chamado Molching, onde os entregaria a um casal para criá-los. O menino se foi antes de chegar ao destino. Ficou pelo meio do caminho, assim como o primeiro livro que Liesel furtou. Como eu disse, foi um caso de oportunidade. "A oportunidade faz o ladrão", dizem.